Friday, July 31, 2009

Tocando em Frente

É engraçado as coisas que acontecem com a gente sem a gente nem prestar atenção. Evoluções e amadurecimentos que por um singelo instante se apresentam para responder uma série de dúvidas que tinhamos.
Foi assim que me senti ontem. Muita coisa aconteceu e acho que porque estava mais suceptível a refletir, percebi coisas que estavam na minha frente e eu não queria ver. Sim, tive a nítida sensação de que a vida está me dando mais uma chance, mais uma oportunidade de amadureciemento e busca de melhoramento. E é nisso que estou me agarrando!

Ser feliz não é uma opção, é um fato e essa felicidade não depende de mais ninguém a não ser nós mesmos. Como posso dizer isso, sempre fui tola em acreditar que o meu bem estar, minha alegria, minha felicidade estavam em outro lugar ou outras coisas, mas percebo que não é bem por ai. Estou passando por um processo de interiorização muito grande, mas ja percebo que em parte essa crença não faz mais sentido. Ontem percebi que muita coisa mudou dentro de mim, aprendi que o fato de estar com alguém que se gosta, ou fazer algo que sente vontade são apenas meios de buscar algo que temos e construimos internamente. Acreditem se quiser e não me levem a mal, é muito mais fácil se sentir feliz e amada, quando se entende que as coisas são do jeito que devem ser naquele momento.


É meus caros, a vida ensina... me surpreendi com as sensações que tive e com a claridade de as coisas se mostravam para mim e como na música que deixo abaixo: "Cada um de nós compõe a sua própria história e cada ser em si carrega dom de ser capaz e ser feliz... É preciso amor pra poder pulsar, é preciso paz pra poder sorrir, é preciso a chuva para florir!!!". Tudo que acontece na vida é necessário, mesmo que não possamos compreender de imediato, essa foi a lição que tive ontem com todas as coisas que aconteceram... tive oportunidades de me sentir mal, deprimida e triste, mas na realidade ao final do dia, quando fui dormir, a única coisa que sentia era uma sensação de alegria, felicidade e tranquilidade. Acreditem, minha vontade era de agradecer por tudo aquilo que havia acontecido, desde os problemas até o lazer do fim do dia e a oportunidade de estar com alguém que gosto sem entraves, brigas ou qualquer outro sentimento "ruim".


Sim, tenho que agradecer por essa oportunidade e por todas que tive e sei que terei... Agora é tocar a vida, deixar o passado apenas na lembrança e prosseguir...





Música: Tocando a Vida - Almir Sater


http://www.youtube.com/watch?v=CY3UIfnFF9w






Thursday, July 30, 2009

Locky

Locky (Jason Mraz ft. Colbie Caillat)

Do you hear me?
I'm talking to you
Across the water across the deep blue ocean
Under the open sky oh my, baby
I'm trying
Boy I hear you in my dreams
I fell your whisper across the sea
I keep you with me in my heart
You make it easier when life gets hard
I'm lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
Oooohhhhoohhhhohhooohhooohhooohoooh
They don't know how long it takes
Waiting for a love like this
Every time we say goodbye
I wish we had one more kiss
I wait for you I promise you, I will
I'm lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
I'm lucky we're in love every way
Lucky to have stayed where we have stayed
Lucky to be coming home someday
And so I'm sailing through the sea
To an island where we'll meet
You'll hear the music, fell the airI put a flower in your hair
And though the breeze is through the trees
Move so pretty you're all I see
As the world keep spinning round
You hold me right here right now
I'm lucky I'm in love with my best friend
Lucky to have been where I have been
Lucky to be coming home again
I'm lucky we're in love every way
Lucky to have stayed where we have stayed
Lucky to be coming home someday
Ooohh ooooh oooh oooh ooh ooh ooh ooh
Ooooh ooooh oooh oooh ooh ooh ooh ooh


Sem comentários para essa música, algo que queria ter dito um dia a alguém e sei que ele sabe... rsrsrsrsrs... porque há coisas que não precisam ser ditas, apenas são sentidas e as vezes são necessárias que sejam adormecidas!!!!!

Tuesday, July 28, 2009

Reflexões

Recebi o link desse texto hj e resolvi lê-lo. Não sei por quais motivos aparentes a curiosidade de ler tal texto foi mais forte que a de ignorá-lo, mesmo porque mandado por desconhecido, de forma meio anonima, esse texto me veio como um puxão de orelha. Sei que me surpreendi com o que li e comecei a me perguntar sobre isso... é engraçado como tudo tem um motivo de ser e acontecer, por mais que num determinado momento não consigamos compreender e que essa compreensão demore chegar... Estou levando a mensagem que compreendi para a vida, nada acontece sem um motivo exato para acontecer... Talvez paixões possão passar em nossas vidas, mas amores sempre se eternizaram, com momentos positivos ou feridas doloridas, mas sempre ficaram marcas... Asim o texto ficou claro, assim o texto disse a mim... Fica tranquila, pois a vida nos revela, quando menos se espera surpresas assim...

Boa leitura...


Entre Dois Amores


O seu coração estava dividido entre dois amores. De um lado, um velho amor que se desfazia e do qual, se despedia. Tinha estado ligado àquela mulher por anos de afeto manso e tranqüilo, de amizade real e sincera. Coisa alguma poderia negar este fato. Durante este tempo, ele se sentira como alguém que caminha por uma planície colorida, sem montanhas e abismos, o ar claro e sem brumas, sabendo exatamente o que o esperava. Seu amor havia alcançado aquela condição de certeza sem surpresas, livre dos sofrimentos do ciúme e das dúvidas que são o inferno dos apaixonados. E era isto que ele deixava para trás. E por isto sofria. Encontrara uma outra mulher cuja imagem, por razões que ele não podia compreender, despertara das cavernas da sua memória uma outra cena cheia de mistérios, de perfumes exóticos, de penumbras eróticas, onde crescia o fruto dourado da vida. E ali, nesta nova cena que se refletia nos olhos daquela mulher, e se via como um homem diferente, de corpo jovem dotado de asas, pronto a voar pelo desconhecido, em nada semelhante ao ser doméstico ruminante que morava na cena do seu primeiro amor.Apaixonara-se por ela. Apaixonara-se pela bela cena que via como aura mágica, em torno daquele rosto. Apaixonara-se pela sua própria imagem, refletida naquele olhar. Queria tê-la para poder ter-se deste modo intenso que nunca antes experimentara. Era preciso dizer adeus. Deixar para trás a antiga companheira fiel, e a cena pálida, descolorida e monótona que aparecia em sua aura cansada. Assim são os velhos amores: fiéis e cansados… Mas a idéia de magoá-la o horrorizava. Chegar para ela e simplesmente dizer: “Estou apaixonado por outra mulher. Vou-me embora…” — isto seria uma grosseria que ele nunca se perdoaria. Queria poupar-lhe a dor de ver-se deixada só, na plataforma da estação, enquanto ele partia. A dor de quem fica é sempre maior.Parece-se com a dor após sepultamento, quando se volta para a casa, e o espaço se enche com a presença de uma ausência. Na verdade a dor da partida é maior que a dor da morte. Pois o morto se foi contra a vontade. Partiu me amando. Partiu triste por me deixar. Nenhuma alegria o espera. Por isto os pensamentos de quem ficou descansam tranqüilos, sem serem perturbados por fantasias dos novos amores e prazeres à espera do que morreu. Pois nada o aguarda. A morte pode ser a eternalização do amor. A morte fixa a bela cena, enquanto a partida destrói a bela cena. O apaixonado sofreria menos com a morte da pessoa amada que com a sua partida para um novo amor. Quem quiser entender as razões dos crimes de amor terá de levar isto em consideração. Quem mata por amor é como um fotógrafo que deseja eternizar a imagem amada na bela cena. Não era isto que Cassiano Ricardo sugeria no seu poema ´ Você e o seu retrato`? Ele pergunta: Por que tenho saudade de você, no retrato, ainda que o mais recente? E por que um simples retrato, mais que você, me comove, se você mesma está presente? E depois de sugerir várias respostas ela faz a seguinte afirmação: Talvez porque, no retrato, você está imóvel, sem respiração…Você, viva, ingrata, é a permanente possibilidade da surpresa, do gesto que irá destruir a beleza. Mas, no retrato, você fica imóvel. Transforma-se em quadro. Quem mata por amor é um fotógrafo (cruel) que imobiliza a bela cena. E assim a coloca na parede, como objeto de saudade e devoção, para sempre. Bem dizia Roland Barthes que a única coisa que se encontra fixada na fotografia, qualquer fotografia, é a morte.Sim, o que fazer? Como partir sem fazer sofrer demais uma pessoa boa, por quem se tinha um afeto sincero? Por vezes uma mentira é o melhor caminho. Há verdades cruéis e mentiras bondosas. Na encruzilhada ética entre a verdade e a bondade, que a bondade triunfe.Imaginou então uma mentira. Iria dizer que estava em dúvidas sobre se ela realmente o amava. Que por vezes ele a observava com o olhar perdido, e que imaginava seus pensamentos distantes, andando por outros amores. Que, inclusive, durante o sono, ela dissera repetidas vezes o nome de um homem (Pobrezinha! Não teria formas de contestá-lo. Pois estava dormindo…) Assim, ele queria que os dois se dessem um tempo. Que ficassem longe, provisoriamente, a fim de que os sentimentos pudessem ficar mais claros. A distância é um excelente remédio para as confusões do amor. E assim ele fez. Ela ouviu suas alegações tranqüilamente, sem sobressaltos aparentes. Terminada a sua fala, quando ele se preparava para ouvir as contra-argumentações que deveriam se seguir, o que ele ouviu foi outra coisa: — Sabe? Cada vez mais me surpreende a sua sensibilidade. Como foi que você percebeu? Fiz tudo para esconder meus sentimentos de você! Eu não queria magoá-lo! Mas agora que você já sabe, é bom assumir a nossa verdade. De fato, há um outro. Chegou a hora de dizer adeus…O que aconteceu naquele instante ele nunca pôde compreender. Pois aquelas palavras eram tudo de que precisava. Estava livre para se entregar sem culpas a sua nova paixão. Mas a única coisa que ele sentiu foi a dor imensa de uma paixão que repentinamente explodia por aquela mulher que lhe dizia adeus… E ele se viu solitário e triste, na plataforma vazia da estação, enquanto ela partia… Só lhe restava voltar para a casa vazia, onde ninguém o esperava… Como eu já disse: não é a pessoa que amamos; é a cena”.


(Retorno e Terno)Rubem Alves, escritor